
Carne de qualidade
Pesquisas apontam maior preocupação dos compradores em relação à segurança, textura, sabor e maciez da carne
O fortalecimento da economia brasileira nos últimos anos vai exigir do setor pecuário investimentos ainda maiores para atender a demanda por carne e leite de qualidade. Uma exigência que certamente crescerá no mesmo ritmo da classe média brasileira e da população mundial. Chegamos a sete bilhões de pessoas no mundo, a expectativa de vida do brasileiro subiu para 73,5 anos e as classes A, B e C no Brasil dobraram nos últimos cinco anos, ou seja, mais gente com poder de compra. E, com mais dinheiro no bolso, o consumidor passa a basear suas compras em qualidade, não se importando em pagar um pouco mais por um produto de excelência.
Já provamos que somos imbatíveis na produção de carne e leite a baixo custo e conseguiremos atender a demanda por alimentos estimada para as próximas décadas. Porém, temos o desafio de produzir com alta qualidade não apenas os produtos destinados ao mercado externo, que corresponde a somente 20% da produção de carne, mas também para o mercado interno, considerado por especialistas o grande foco para 2012.
Toda a cadeia produtiva precisa atuar pensando no consumidor. Apesar de ser considerado como pouco exigente e escolher pelo preço, pesquisas recentes mostram uma preocupação maior dos compradores em relação à segurança alimentar, textura, sabor e maciez da carne. Um consumidor insatisfeito pode optar pela compra de outro tipo de carne, como suína ou de frango.
A falta de um efetivo sistema de classificação de carcaças é um dos gargalos verificados na produção de carne de maior qualidade e melhores preços. Temos uma Classificação de Carcaça, publicada na Instrução Normativa 9 pelo então ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, que ficou apenas no papel. Os critérios de avaliação para remuneração se restringem às características de gênero (macho/fêmea), peso, conformação de carcaça e cobertura de gordura.
Os frigoríficos alegam que é preciso avançar muito para colocá-la em prática. Hoje, o preço pago ao produtor pelo mercado é diferenciado apenas pelo sexo, macho ou fêmea. Não há incentivo para a produção de animais precoces, melhor acabados, entre outras características. Hoje, existem no Brasil poucos pontos de venda de carnes que levam um selo de qualidade.
A classificação de carcaça é extremamente importante para atingirmos maior padronização da carne, valorizarmos quem produz animais de melhor qualidade e atendermos às exigências do consumidor. Mas, a cadeia produtiva não deve esperar a cobrança do consumidor para somente depois aplicar efetivamente a classificação de carcaça. Precisamos ser proativos, antecipando-nos às exigências do mercado, investir em marketing e em campanhas educativas capazes de auxiliar a população a diferenciar, na hora da compra, o tipo de carne que realmente deseja.
*Eduardo Biagi é presidente Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Fonte: http://www.agrolink.com.br/
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