Gado da raça crioula reforça tradição da pecuária serrana na Expolages

A mais antiga e tradicional raça da serra catarinense também está presente na Expolages deste ano. O gado crioulo foi por muitos anos a principal fonte econômica da pecuária na região.

O gado da raça crioula foi trazido para o Brasil, há cerca de 400 anos, pelos primeiros colonizadores e pelos jesuítas. No passar do tempo, outras raças foram surgindo, também trazidas de outros países, até que os animais crioulos foram quase extintos e esquecidos.

No Brasil, atualmente, existem poucos, entre 3 a 3,5 mil cabeças. Já o Estado de Santa Catarina, especialmente na Região Serrana, está concentrado o maior número de animais, cerca de 80%, com mais de 2 mil cabeças em Lages e em outros cinco municípios, Ponte Alta, Painel, Curitibanos, Santa Cecília e Caçador. Vale lembrar que estes números são computados pela Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Crioulo Lageana (ABCCL), pois, não são contados outros animais da raça que vivem espalhados e sem registro.

Na foto, pecuarista Edison Martins.

Conforme o criador Edison Martins que trouxe a raça para expor na Expolages, estes animais têm grande valor histórico cultural, mais pela característica da rusticidade, e a Serra Catarinense, é o berço da raça no Brasil. Segundo ele, para manter a raça forte e reconhecida está se fazendo um grande investimento em pesquisa, exatamente para alavancar a raça crioula lageana.

Além disso, chegar a um produto com denominação de origem como é feito com os vinhos. É uma carne extremamente suculenta, saborosa e com alto grau de marmoreio, ou seja, boa infiltração de gordura entre as fibras musculares, o que dá o sabor diferenciado. “É um produto para pouca gente apreciar no prato, pois, além do sabor da carne, há o reconhecimento da história e da tradição, contando também a valorização do que é nosso”, completou o criador.

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Fotos Divulgação / Paulo Chagas e Israel Oselame